sexta-feira, janeiro 26, 2007

A vida académica....

A vida Académica é normalmente rica e dinâmica. Ao frenezim próprio de uma Juventude, junta-se o inconformismo, o desejo de avançar, de fazer, por vezes até condimentados com uma certa dose de irreverência, contudo saudável e bem-educada.
Todos conhecemos os processos dinâmicos por que passaram todas as Associações de Estudantes, nas lutas pelos Órgãos dirigentes, na disputa sobre os diversos pontos de vista, enfim num colorido mosaico de vida que por si só seria a síntese de um salutar crescimento.
Desde a aceitação de oposições à consagração do principio da igualdade de oportunidades para a apresentação de candidaturas, como testemunho da aceitação de “jogo limpo”, marcam à partida o carácter eminentemente democrático daquilo que normalmente tem sido a vida nas nossas Escolas.
Vamos lutar para que isso aconteça sempre no sentido de evitar que a vida Académica se perverta e ai sim, dela alguém se possa envergonhar.
A Nossa Universidade também está num processo eleitoral para a Associação de Estudantes que se deseja limpo, vivo mas fraterno, pelo que em circunstância alguma devemos usar métodos que não dignifiquem nem só quem os pratica, como não dignificarão certamente a nossa Universidade.
E se de todo, existirem dúvidas, então que se recorra a uma RGA, fórum democrático por excelência onde as ideias serão confrontadas, porventura com vivacidade, mas seguramente com educação como é apanágio de gente maior que aceita os desafios sem perder o aprumo.

Recebemos um legado, constituído por toda uma prática que contou com a generosidade de muitos Professores de referência, que se sacrificaram para que todos nós pudéssemos realizar, afinal, aquele pequeno/grande sonho que residia em cada um de nós.
Legado que engloba excelentes alunos que por aqui passaram, alguns deles de destaque na sua vida profissional, outros como nossos professores e que com generosidade e competência, nos vão acompanhando nessa caminhada que lhes é tão familiar.
Também aqueles alunos que se sacrificam, abdicando de outros prazeres ou de algumas comodidades, para vir até aqui beber ensinamentos na busca da valorização pessoal, impõem-nos a todos nós o respeito que esta Universidade merece.
Eu sou dos que tenho orgulho em estar aqui.
Tenho orgulho em pertencer a mais uma geração de alunos que desejam perpetuar a sua Escola.
A Universidade para mim, já na recta dos “entas”, para além do mais é um estado de alma, por outras palavras, uma paixão.
Não me sinto minimamente atingido pelos poucos/as, que acham que só a Juventude deve frequentar a Universidade. Ainda terão muito para aprender, eventualmente já na pós graduação da vida, apesar de a história nos ensinar que a experiência de vida e a sabedoria que normalmente se acumula numa criatura onde repousam cabelos brancos, pode ser uma mais valia para o meio onde se insere. Já o era na velha Roma do Senado.
Por tudo isto, aqui em jeito de desabafo digo ser meu profundo desejo que a nossa Universidade Moderna de Beja continue a saber merecer o seu passado, projectando um cada vez melhor futuro para muitas gerações de colegas que aqui virão, tal qual nós, na busca de conhecimento impondo-nos o dever de lhes passar um testemunho digno, de uma geração de alunos que desejamos saiba merecer a curta mas rica história desta Escola.
Porque respeito o valor do passado e acredito na realização desse futuro, é minha indeclinável vontade terminar aqui em Beja, na Universidade Moderna a minha licenciatura em Direito.Àqueles/as que acham que a Universidade é só para jovens, peço-vos mil desculpas pelo transtorno.
Búzio Reis

3 Comments:

Blogger Luís Rocha said...

Como me soube bem ler as suas palavras, Sr. Búzio!

Independentemente de "lutas" associativas, ou da quantidade de cabelos brancos de cada um, penso que o importante é termos orgulho na Escola que frequentamos. E esse orgulho prende-se com as atitudes que tomamos perante os outros e perante nós mesmos. O exercício da democracia é saudável e desejado. O respeito também.

Se houver uma RGA, espero que seja amplamente anunciada e com a devida antecedência. Todos gostamos de estar presentes porque todos gostamos que nos seja dada possibilidade de intervir quando se debatem questões que nos dizem respeito.

Obrigada. Beijinhos.

Manela

26 de janeiro de 2007 às 15:10  
Blogger JHonrado said...

Acabadinho de chegar de évora, onde fui assistir a uma conferência no âmbito de Habitação Social Municipal, cuja organização incluía a Ordem do Advogados, depareime com este post.

Pois é Senhor Búzio, terá toda a razão. Vejo umas eleições da nossa Associação de Estudantes marcadas por algumas vicissitudes que, ainda para mais numa casa onde se ministra o curso de Direito, representam um ónus demasiado pesado para tal permitir.

Por outro lado, não ouvi dizer (e ainda bem) que o ensino universitário é exclusivo de quem se encontra num primeiro estádio de vida. O que sim sempre ouvi é que as pessoas de idade mais profíqua não apenas devem ser respeitadas mas que também implicam uma vantagem expressa para quem, através da sua experiência de vida, acarreta algo de novo a meros ensinamentos teóricos, muitas vezes desprovidos de exemplos práticos.
Isto, enquanto Universidade, em qualquer dos cursos ministrados, confere-nos inexuráveis vantagens!! Sapientia divitiis praestantior (a sabedoria é a mais valiosa das riquezas).

Aventar qualquer coisa de contrário e querer desconsiderar pessoas apenas por motivos etários afigura-se-me errado, senão mesmo ingénuo! Sei que não precisa mas se lhe disseram tal, tem a minha sincera solidariedade.

Por fim, quanto a uma RGA, feita dentro de moldes sérios, será algo de positivo, que só nos poderá trazer vantagens. Seja como for, essa iniciativa julgo dever pertencer à Associação de Estudantes. Julgo ainda saber também, que se tal acção não for tida, haverá outras formas de a poder convocar! Não basta dizer que a Associação é nossa, é preciso prová-lo, até porque como diz o sábio povo, "quem não deve não teme"!

Sem mais,

João Honrado
(5.º Ano, Direito)

26 de janeiro de 2007 às 18:48  
Blogger Luís Rocha said...

Pensei em fazê-lo em momento posterior, talvez no final da minha licenciatura, longe de qualquer má interpretação, no entanto vejo-me compelido a antecipar essa minha intenção.

Recordo-me na frequência do nosso primeiro ano, como alunos desta instituição, da receptividade e carinho como fui recebido por todos os colegas - salvo pontuais excepções -, docentes e pelo Sr. João Dores.
Aqueles que de perto, me acompanharam, sabem quão difícil foi para mim e do que falo, por isso, as minhas primeiras palavras são de agradecimento para pessoas como o meu colega António Borges (já falecido), António Pereira, para o meu estimado Dr. Paulo Cavaco e Sr. João Dores.
Sem o vosso apoio e incentivo para que não desistisse, mas sim, continuasse, em momentos tão difíceis, como os que passei, por certo não estaria aqui agora a tecer este “desabafo”.

É com muito orgulho que pertenço a esta Universidade, a este Pólo em especial.
Decorridos estes anos, esta instituição passou a fazer parte do meu quotidiano, do quotidiano de todos nós, aqueles que de forma mais assídua ou menos assídua mas não menos esforçada, dedicámos o nosso tempo e o do conforto dos nossos lares e famílias para nos valorizarmos.

Fomos habituados, mimados pelos nossos Docentes, que de uma forma fraterna, amiga e porque não altruísta, também eles, deixando as respectivas famílias e calor dos lares, alguns, percorrendo diariamente centenas de quilómetros, foram transmitindo os seus sábios conhecimentos, apesar de todas as contrariedades e dificuldades existentes na instituição.

A todos eles, devemos todos nós o inteiro respeito, estima e consideração.
Tento educar a minha filha, pautado pela educação, honra, humildade e pelos grandes valores educacionais que todos os pais tentam, julgo eu, educar os seus filhos.
Por isso e sob pena de, ao omitir a minha opinião sobre os últimos momentos vividos na nossa Universidade, violar os mais dignos ensinamentos que tento transmitir à minha filha, tornando assim a minha omissão num acto de alguma abnegação, quiçá, cobardia, tecer os seguintes comentários.

Em todos estes anos, não me recordo, do ambiente académico andar em tamanho reboliço, é verdade também que, no último ano lectivo, não houve eleições para a nossa Associação, nem nunca dei por grande movimento associativo (por culpa minha, talvez, nunca me dediquei também muito aos nossos movimentos associativos) mas, na verdade, a expressão máxima, será a liberdade de cada qual poder demonstrar pelo seu voto o que mais deseja e ser aceite em completa democracia.

Admira-me por isso o recentemente ocorrido, pois demonstra uma total falta de respeito por todos os alunos, tenham eles votado em quem quer que seja.
Nem vou pela questão formal e legalista, porque por aí, nem sei se na altura a Associação existente foi votada cumprindo todos os requisitos exigidos, vou sim, pela falta de todos e quaisquer requisitos, desde que aceites pelas listas apresentadas, como aliás o foram no momento da votação, o resultado apurado dessa eleição, deveria ser aceite ou em RGA, eleger-se nova comissão eleitoral, para de seguida dar forma a novas eleições, baseadas em critérios de equidade e imparcialidade.

Não querendo ser enfadonho com este meu “desabafo”, despeço-me da mesma forma como iniciei, desejando a todos os colegas que estão a leccionar em anos anteriores e aos que virão, em especial a estes, o mesmo que encontrei aquando da minha entrada nesta “família”, o carinho e receptividade que encontrei, também o meu agradecimento ao Professor Chambel pela coragem demonstrada ao dedicar-se a tão nobre causa que é a de manter esta instituição, aos colegas que me têm apoiado, em especial aos meus Amigos Luís Rocha, António Albuquerque, Búzio Reis, pessoas com quem partilho maior parte do meu tempo, nas nossas viagens para Beja (Bem Haja por me aturarem), às nossas famílias, pelo apoio e nunca cobrando as nossas ausências, aos nossos docentes, com a total dedicação a tão nobre transmissão dos doutos conhecimentos bem como à forma amiga como o fazem, pois só assim se conseguirá perpetuar o projecto desta Universidade, será com este respeitoso esforço de todos nós que daremos jus ao nome Universidade – universalidade de pessoas e coisas, de Faculdades.

Do sempre colega
Paulo Santos

27 de janeiro de 2007 às 14:40  

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