quinta-feira, março 23, 2006

Dilemas morais


Ontem, na edição do «Público», vinha uma interessante entrevista com um médico especialista em cancro gastrointestinal que defendia que «vale a pena adiar a morte de um doente com cancro avançado ou com metástases». Considero que esta afirmação levanta interessantes questões, que, inevitavelmente, tocam no domínio da eutanásia. Temo alguma vez ter um assunto destes nas mãos...Não sei que ditaria a minha consciência!

4 Comments:

Blogger alnair said...

Um comentário muito breve porque a vida é mesmo a correr e ainda tenho que ir para Beja.:)
Vivia eu muito feliz e com ideias muito “arrumadinhas” em relação à eutanásia até que, há três anos, num Natal em família, a “desarrumação” surgiu. Tenho familiares que defendem a eutanásia (não sei se por serem holandesas) com argumentos tão “arrumados”, que me arremessaram e deixaram numa espécie de limbo. Pensei, a dada altura, que as nossas divergências se situavam no facto de eu ter formação católica e elas, protestante. Cristãs, por tanto. Mas não! Daí sentir que preciso de mais tempo (não sei quanto) para amadurecer o que eu pensava definitivamente “arrumado” em mim: a vida a todo custo!

Obrigada por teres trazido para as nossas conversas uma árvore tão emblemática: ouro do Mediterrâneo e símbolo da Paz.
Quero agradecer também ao Luís os apontamentos estéticos que passaram a embelezar o blogue. Ele está um verdadeiro “inginheiro”! Beijinhos.

23 de março de 2006 às 16:49  
Blogger Hugo Cunha Lança said...

Confesso que é dos temas que mais me agrada discutir...
Fez bem em traze-lo...

23 de março de 2006 às 22:47  
Blogger sissi said...

Pois é Manela (e gosto das nossas trocas cybernéticas), quando falamos na ética num sentido mais pragmático, mais ligado às nossas vivências, tudo se torna mais complicado. Porém acho que esta é uma decisão que se deve fazer em abstracto, desprovida de «paixões» e o que eu julgar o melhor para um estranho também se deve aplicar à pessoa que mais amo. E é aí, nessa tomada de decisão, que o meu cérebro encrava. Acaba por se resolver o problema se tivermos resposta para a pergunta: Qual o sentido da existência? Mas esta também não é resposta fácil.

24 de março de 2006 às 10:13  
Blogger alnair said...

Olá Sílvia:))
Ainda bem que estamos, agora, no plano da ética. É que não aprecio muito quando falamos em moral ou em morais. Parece que morais há muitas.:) As máfias também têm as suas morais. Ética há só uma. Ainda bem que a encontrámos .:) E tens toda a razão: é para este plano que se convoca a nossa capacidade de amar indiferenciadamente. E isso constitui, verdadeiramente, um grande desafio. Talvez o maior da humanidade!


Também gosto das nossas conversas aqui. Podemos sair daquilo que é o trivial, das conversas de circunstância. Acho que este tema merece uma grande participação. Isso ajudar-nos-ia (pelo menos a mim) a sair da indefinição. É que, mais ano menos ano, este problema vai ser-nos colocado. As nossas consciências vão ter que se pronunciar. A nossa sociedade tem tendência a passar por processos semelhantes, por exemplo, aos da sociedade holandesa. Costumamos fazê-los uns anitos mais tarde. Mas esse dia vai chegar.

24 de março de 2006 às 15:07  

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