sexta-feira, dezembro 08, 2006

Potlach



O potlatch é uma cerimónia praticada entre tribos indígenas da América do Norte. Também há um ritual semelhante na Melanésia. Consiste num festejo religioso de homenagem, seguido por uma renúncia a todos os bens materiais acumulados pelo homenageado – bens que devem ser entregues a parentes e amigos. A própria palavra potlatch significa dar, caracterizando o ritual como de oferta de bens e de redistribuição da riqueza. A expectativa do homenageado é de receber presentes também daqueles para os quais deu os seus bens, quando for a hora do potlatch deles. Nalgumas tribos surgiu uma verdadeira guerra de forças baseada no potlatch. E, nalguns casos, os bens eram simplesmente destruídos após a cerimónia. Destruídos tudo, completamente, até ficarem sem nada!! Segundo Mauss e Malinovsky o que está em causa, verdadeiramente, é o estatuto social do homenageado.
O potlach foi proibido pelos governos dos Estados Unidos e do Canadá por se considerar esbanjamento de recursos.
(wikipédia)

Há certamente um lado de potlach em todo o frenesim natalício. De ostentação e perda, dissipação e esbanjamento. Mas há um outro lado que coincide com o mistério da gruta em Belém, e que é de dádiva. De cuidado e amor por terceiros.
Só há uma forma de demonstrar amor pelos outros, que é dando: coisas, presentes, atenções, sentimentos, vidas inteiras. Só pode dar-se, evidentemente, do que se tem. E se muitas vezes isso parece resumir-se a formas de pura exterioridade, não deixa de ser o mesmo gesto, exactamente o mesmo gesto do Messias que deu a vida para salvar a humanidade.
Deu o que tinha, reza a história.

Beijinhos. Bom fim de semana XL.

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