segunda-feira, março 05, 2007

Comunicação

Ex.mo Senhor Administrador,

Os m/ cumprimentos.
É conhecida a “turbulência” reinante nessa Instituição que, ao que parece, funcionando embora a coberto de uma Sociedade comercial de que V.Exª administra, do ponto de vista “académico” subsiste a coberto da Dinensino. Uma Universidade, desde a Idade Média sempre foi uma Corporação de Docentes e Discentes. Uma Sociedade Comercial visa o lucro enquanto uma Universidade, deverá prosseguir, democraticamente, com isenção e qualidade fins científicos e culturais.
A desorganização é ostensiva e o ambiente entre docentes e discentes, que deveria ser construtivo e de solidariedariedade Institucional, é de suspeição e de medo. Consta até que são usados processos de coacção próprios de regimes totalitários (gravações não autorizadas, intimidações alunos e docentes, cumplicidades estranhas e de duvidosa moralidade). Isso poderá ser tudo menos o espírito institucional que deveria ser a “alma da casa” que ajudei a crescer e que defendi em momentos difíceis, como V.Exª deverá saber.
Foi por esse motivo que aceitei no novo projecto de reconstrução e até acreditei na capacidade que V.Exª teria de restaurar a “alma da casa”…Infelizmente tal não vem acontecendo, o que é um facto notório e lamentável.
Não é, por exemplo, admissível que se assista impassível:
a) a uma deterioração grave e de certa forma irreversível do futuro da Instituição;
b) a estranhas cumplicidades corrosivas da recuperação e evolução positiva que nos mobilizou;
c) a um ambiente de suspeição de medo e uma crescente degradação do espírito da casa com utilização de processos “ probatórios “ pidescos e criminosos, que indiciam a estranha finalidade de dividir para reinar;
d) a inexistência de órgãos académicos próprios que actuem nos termos legal, e estatutariamente, previstos;
e) a imposição por parte da suposta “entidade patronal” de situações, como a regência e a colaboração, em cadeiras da licenciatura de direito, a “ fixação” unilateral de salários não acordados, a nomeação e substituição de docentes, etc…etc…

Algo está muito mal no “Reino da Dinamarca”. E, em última análise, a responsabilidade é sempre do timoneiro…Por acção e omissão!

E sabemos que qualquer silêncio, será uma grave omissão, com o vulgar significado “de quem cala consente”. Eu não me calo! E não o faço, nem tenho medo, como, noutras ocasiões, V. Exª teve oportunidade de constatar.
E tomarei as atitudes que me parecerem razoáveis com o corpo e a alma da Instituição que procurei servir com dignidade e com a autoridade que me advém do meu estatuto, da minha antiguidade como docente, do meu passado em todas as funções públicas e privadas que exerci.
E fá-lo-ei, não à traição, ou com cumplicidades suspeitas, mas com os olhos postos na Instituição, e não na Sociedade Comercial que V.Exª administra, e especialmente nos meus alunos, os que actualmente frequentam as escola e as centenas que já se licenciaram e que esperam de mim uma tomada de posição e que desinteressadamente me transmitem nas palavras, e nos actos, mensagens de consideração e sobretudo de amizade. Deixá-mo-nos reciprocamente marcas positivas.
Darei conhecimento desta comunicação aos Senhores Alunos e aos Senhores Professores, e Assistentes, do Curso de Direito.

Com as saudações académicas
Francisco Gonçalves Lopes
Prof. Aux. Conv.

F. Alentejo, 05/03/07

4 Comments:

Blogger JHonrado said...

É com um misto de orgulho e apreensão que deixo aqui o primeiro (dos que julgo e espero virem a ser inúmeros) comentário face à missiva do Doutor Palma Lopes.

Desde logo, penso comungar da apreensão deste, face à actual situação da nossa casa- Universidde Moderna, Pólo de Beja. De facto, ainda que habituados a compartilhar um ambiente por vezes turbulento, este último ano (último em termos académicos por ser o quinto e também em termos temporais) tem-se vindo a tornar profíquo em situações potenciadores de instabilidade.

Não é meu intento vir a isolar ou referenciar alguma mas antes frisar a ausência de combate às mesmas por parte de quem de direito. Falo pois da direcção do estabelecimento em causa.

Há algum tempo, neste mesmo espaço critiquei a total ausência de informação aos discentes e também a uma vasta maioria dos docentes (afinal quem suporta a casa) aquando da compra do pólo por parte do actual administrador e a sua transformação numa Sociedade Comercial. Preferiu-se permanecer num imutável silêncio quando toda a casa se tornava profíqua nos mais variados "palpites", por tal fui criticado ainda que encapotadamente, por outras palavras, aconselhado a estar calado caso quisesse concluir a minha licenciatura em tempo útil. Prometi-me a mim mesmo não mais tornar a comentar neste blog tais temas.

Falto agora a essa promessa por sentir que se passam situações demasiado gravosas para não serem discutidas.

Penso neste momento que o maior problema continua a ser a falta de informação. Com efeito, todos (ou quase todos) continuamos a opinar sem conhecimento de causa, apenas fundados no que vamos ouvindo falar. Verifica-se assim que o povo tem razão ao ter como ditado que "quem conta um conto, acrescenta um ponto!".

Pessoalmente, enquanto quintanista, tenho dois desejos, primeiro terminar o meu curso o mais rápido possível e segundo, não pertencer a uma Universidade que tenha fechado portas em face a situações dúbias e nunca inteiramente esclarecidas. Penso também naqueles que frequentam anos anteriores e que possivelmente vêm o seu futuro académico ainda mais comprometido.

Os meus votos são que quem, com capacidades inexoravelmente superiores às minhas, venha a conseguir salvar esta casa de saber dum futuro que se afigura tudo menos risonho.

Por tudo isto, deposito a minha inteira confiança no Doutor Palma Lopes, que considero ser a pessoa ideal para a defesa dos meus (nossos) interesses! Apenas lhe posso oferecer o meu desinteressado contributo nessa empresa e ansejar que este gesto seja seguido pelos meus colegas! A ele também entrego o meu optimismo de que tudo irá correr pelo melhor!

Mens Agit Molem

5 de março de 2007 às 20:32  
Blogger Fátima Parente said...

É com um misto de orgulho e tristeza que vejo alguém com tão notória importância no seio da nossa Universidade a tomar uma posição que eu, pessoalmente, há muito desejava (orgulho). Tristeza porque basta de respirar e viver um ambiente totalmente sonegado de espírito académico que nesta Universidade até há bem pouco tempo ainda conseguia manter.

O que foi que aconteceu?! Será que o bom senso e o espírito democrático foram de férias por tempo indeterminado nesta casa?! Onde está a Universidade do meu 1.º ano de curso?! Onde está a casa que para mim é uma 3.ª casa?! Será que sonhei tudo isto?! Sim, porque recentemente estou a viver um imenso pesadelo, que vivo todos os dias acordada, sempre que ponho os pés no chão do edifício da Universidade.

Onde está o Sr. Administrador?! Também foi de férias com o bom senso e o espírito democrático? Sim, porque até agora nem a sua sombra tenho tido oportunidade de ver. Porque nós, os alunos da Universidade há muito que esperamos que dê a cara e algumas explicações sobre um sem número de questões, de extrema importância, que todos os dias se nos levantam acerca do rumo que pretende dar à instituição que frequentamos e que o Sr. “administra”. Porque neste momento a Universidade nada mais não é do que um barco à deriva sem ninguém à frente do leme. Para onde nos quer levar? Que porto tão longínquo é esse que não conseguimos sequer ter uma ténue visão? Porque é que temos de estar sujeitos a tão forte turbulência, quando o nosso desejo é navegarmos por mares serenos onde reine a calma para que possamos “beber” os ensinamentos dos vastos conhecimentos dos nossos iluminados pedagogos. Pedagogos esses por nós estimamos e que nos estimam que, ultimamente têm vindo a ser constantemente atacados por pessoas que são indignas de crédito e de respeito, por serem pessoas sem carácter e sem um mínimo de decência, as quais não se dão nem nunca se deram ao respeito para conseguirem algum dia serem respeitadas.

Dr. Chambel, caso se tenha esquecido, a Universidade Moderna de Beja e/ou qualquer outra Universidade pública ou privada deste país é feita pelos alunos que a frequentam e não por um número reduzido de pessoas que só consegue ver os seus próprios interesses,que em nada se identificam com os interesses e finalidades da Universidade e dos seus alunos. E como a Universidade é feita por nós alunos, exigimos do Sr. Dr. as explicações que a nós legitimamente deve e, não sussegaremos nem nos calaremos enquanto tal não se verifique. Como alunos desta casa iremo-nos unir no sentido de lutarmos contra a hipocrisia, a inércia, e a falta de carácter que reinam nesta Universidade e vamos insurgir-nos contra aqueles que somente têm como finalidade a destruição e a destruturação daquilo que tem dado um árduo trabalho a manter de pé e a continuar por caminhos tão sinuosos e complicados de percorrer.

Para finalizar e não me querendo estender mais, neste que se deseja um breve comentário, apelo a todos os colegas que se unam e se manifestem contra quem nos quer prejudicar e condicionar o acesso a um ensino que se deseja de qualidade, leccionado por docentes creditados e de reconhecido mérito.

5 de março de 2007 às 22:23  
Blogger Luís Rocha said...

A pedido da colega Manuela do 5º. ano, aqui coloco a sua seguinte mensagem:

No espaço de um ano vi dois excelentes Professores (penso que por razões diferentes) abandonarem a nossa Universidade: primeiro, o Dr. Hugo Lança e, agora, o Dr. Paulo Cavaco. Não me conformo com esta situação! A informação que tem sido veiculada é de aluno para aluno, sem que nunca se saiba, verdadeiramente, as razões pelas quais os Professores se afastam. Por isso se impõe um esclarecimento por parte de quem nos deve esse gesto. Esperamos um esclarecimento institucional porque é intolerável continuarmos a assistir a um verdadeiro “êxodo” por parte de Professores que têm sido os PILARES desta casa. Não me conformo!

Em 1990 troquei a “Clássica” pela Moderna de Beja. Não me quero arrepender!
Sempre entendi que a Universidade em Beja, a ministrar o curso de direito, seria uma aposta séria e inteligente, por ser única numa vasta região. Sempre entendi que uma Universidade pode e deve (entre muitas coisas) ser um espaço de realização de eventos culturais. E, nesse sentido, faria um esforço suplementar (porque trabalho) e daria o meu contributo. Sempre entendi que só temos a ganhar (todos) se conseguirmos gerir tensões e situações de conflito, quando tivermos como objectivo (único) o interesse dos alunos. Sempre entendi que para um projecto ter sucesso, a palavra chave é “envolver” em vez de “excluir”.

Assim, deixo o meu apelo:

- A quem administra: a informação aos alunos e a segurança na estabilidade do corpo docente. Quero os “meus” Professores de volta! Quero ver garantida a qualidade a que me habituaram.

- Aos meus colegas, lembrar um provérbio africano: “ é a união do rebanho que faz o leão deitar-se com fome”.

- Ao Dr. Palma Lopes, o agradecimento, porque sei que jamais deixará os seus alunos à deriva, confiados a um futuro incerto.


Manela

5 de março de 2007 às 23:51  
Blogger Sonya said...

Venho através deste espaço, expressar toda a minha solidariedade e apoio ao nosso mais ilustre e kerido professor( um dos ultimos q ainda resta!). Realmente, existem mtas questões referentes à situação e ambiente constrangedor q se vive no seio da nossa faculdade, e o mais grave, situações extremamente duvidosas q nos fazem constantemente andar a olhar por cima do ombro, sempre desconfiados, se estamos a ser ouvidos, gravados ou perseguidos!P'lo q sei, já houve várias tentativas de se tentar chegar a uma conversa elucidativa c/o Exmo. Dr. Joao Chambel, mas até agora tentativas essas, infrutíferas!N se percebe pquê?! Haverá algo a esconder!?Penso q não, de acordo c/o q ouvi hje na Radio Pax por parte do n/Administrador, "é uma questão interna e q os órgãos da universidade irão resolver"...Mas, quais órgãos!? Se nem 1 Conselho Cientifico de Direito existe, se nem sequer se sabe quem contrata novos docentes,se nem o próprio administrador aparece para esclarecer os alunos da "sua" universidade,repito, universidade, não sociedade comercial!!Pois, pq ao dispensar docentes de elevado mérito e qualidade q tanto deram a esta instituição, não estará a agir como alguém q se preocupe c/os seus alunos,mas q se calhar, vê esta instituição mais como uma sociedade comercial, onde o lucro e interesses particulares são o principal objectivo, e não os interesses dos alunos q são objectivos bem distintos: mais n são q um ensino de qualidade, aliado a professores de inquestionável mérito e moralidade!
Enfim,nós alunos, procuramos através destes comentários dar a ver, realmente o q se passa na Universidade Moderna de Beja, já que o Exmo. Administrador disse hje via rádio q ficou "surpreso e estarrecido", e q nda de anormal se passaria nos corredores da "sua" instituição...se calhar, até não, visto q nunca está presente nas instalações, e só lá aparece em horas em que não estão aulas a decorrer!Assim, c/saberá o q pensam, ou o q sentem os alunos!??
Outro comentário q ouvi hje na radio Pax por parte do sr. Administrador, e q me pareceu deveras curioso, foi ter dito q a Moderna de Beja tinha 40 docentes e 9 funcionários.......Bem, 9 funcionários ainda se acredita, agora 40 docentes?!!!Se formos a contar q um mesmo docente, dá 3 ou 4 cadeiras, sendo regente e assistente de uma mesma cadeira, podemos deduzir q ele se desdobra p'lo menos em 3 ou 4 docentes diferentes!Mesmo assim, não chegaria...
Enfim, estas e outras mais questões q me parecem absurdas e a necessitar de um completo e urgente esclarecimento,por parte do sr. Administrador Joao Chambel.
Mais uma vez agradeço em meu nome pessoal e da minha turma de 3º ano Direito, a total disponibilidade do dr.Palma Lopes em nos ajudar,e em não nos deixar desamparados,neste momento particularmente dificil e penoso p/todos nós!Agradeço-lhe tb p'la sua tomada de posição em estar do nosso lado e, o mais importante de tudo, p'la sua amizade, dedicação p/com esta instituição e seus alunos!
Um agradecimento especial tb à dra. Teresinha Ramos, q nos têm dado todo seu apoio incondicional!

Sónia Barrambanas

8 de março de 2007 às 03:34  

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