Quando o Mar Ameaça a Nossa Proa I
“É PRECISO TER FÉ
(…)
Frequentemente as pessoas têm pouca fé em si próprias. Estão tão aflitas com os seus problemas que nem conseguem ver o seu próprio valor. (…) As pessoas podem aprender a confiar na profundidade das suas personalidades e experiências. É importante ser honesto e não vacilar. A fé não é segurança sentimental de que tudo correrá pelo melhor, mas sim a confiança de que os mistérios que nos envolvem têm um significado.
A fé não é uma capacidade de resistência nem o pressuposto de que vamos acabar por conseguir o que queremos. Não tem um objecto específico. Nunca consegui exactamente aquilo que queria, e as coisas boas que obtive chegaram-me já tarde na vida e foram completamente diferentes daquilo que esperava. Vi nos outros um padrão semelhante.
(…)
A fé não precisa de se basear num talento ou numa especial aptidão. (…) A fé é a confiança num modo de pensar e de viver que pode não ser universalmente aceite ou intelectualmente verificável. Pode não haver qualquer sensatez envolvida, qualquer inteligência óbvia, critérios de fiabilidade ou evidentes sinais de prudência. A fé, tal como a poesia, é sempre uma espécie de loucura e por isso pode implicar um sentimento estranho de insensatez.
Talvez seja para ocultar essa “aparência” que algumas pessoas religiosas ostentam um orgulho excessivo. Todavia, até S. Paulo escreveu: «Se algum de vós se imaginar mais sábio do que os outros naquilo a que o Mundo chama sabedoria, o melhor será tornar-se louco para ficar realmente sábio.»
E, segundo a sabedoria taoista:
A loucura dos jovens tem êxito.
Não sou eu que procuro o jovem louco,
É o jovem louco que me procura.
(…) A fé ergue-se de uma mistura de desejos, intuições, hábitos, influências e uma generosidade de espírito, tudo isto qualificado pela inteligência e pelo cepticismo. Porém, o coração da fé é um salto. Não há sequência de passos, nenhum caminho seguro para um objectivo bem preparado. Assim, pode assemelhar-se à loucura.
(continua)
Dr. Palma Lopes
Ferreira do Alentejo, 20 de Maio de 2006
(…)
Frequentemente as pessoas têm pouca fé em si próprias. Estão tão aflitas com os seus problemas que nem conseguem ver o seu próprio valor. (…) As pessoas podem aprender a confiar na profundidade das suas personalidades e experiências. É importante ser honesto e não vacilar. A fé não é segurança sentimental de que tudo correrá pelo melhor, mas sim a confiança de que os mistérios que nos envolvem têm um significado.
A fé não é uma capacidade de resistência nem o pressuposto de que vamos acabar por conseguir o que queremos. Não tem um objecto específico. Nunca consegui exactamente aquilo que queria, e as coisas boas que obtive chegaram-me já tarde na vida e foram completamente diferentes daquilo que esperava. Vi nos outros um padrão semelhante.
(…)
A fé não precisa de se basear num talento ou numa especial aptidão. (…) A fé é a confiança num modo de pensar e de viver que pode não ser universalmente aceite ou intelectualmente verificável. Pode não haver qualquer sensatez envolvida, qualquer inteligência óbvia, critérios de fiabilidade ou evidentes sinais de prudência. A fé, tal como a poesia, é sempre uma espécie de loucura e por isso pode implicar um sentimento estranho de insensatez.
Talvez seja para ocultar essa “aparência” que algumas pessoas religiosas ostentam um orgulho excessivo. Todavia, até S. Paulo escreveu: «Se algum de vós se imaginar mais sábio do que os outros naquilo a que o Mundo chama sabedoria, o melhor será tornar-se louco para ficar realmente sábio.»
E, segundo a sabedoria taoista:
A loucura dos jovens tem êxito.
Não sou eu que procuro o jovem louco,
É o jovem louco que me procura.
(…) A fé ergue-se de uma mistura de desejos, intuições, hábitos, influências e uma generosidade de espírito, tudo isto qualificado pela inteligência e pelo cepticismo. Porém, o coração da fé é um salto. Não há sequência de passos, nenhum caminho seguro para um objectivo bem preparado. Assim, pode assemelhar-se à loucura.
(continua)
Dr. Palma Lopes
Ferreira do Alentejo, 20 de Maio de 2006
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home