segunda-feira, março 19, 2007

Para um verdadeiro amigo...

De acordo com o que se publica hoje neste blogue e perante os últimos acontecimentos injustos e incompreensíveis que envolvem o nosso estimado e ilustre Dr. Palma Lopes, os alunos que já manifestaram e manifestam o desejo do seu regresso - como forma de admiração, agradecimento, carinho e respeito, para com este nosso estimado docente – decidiram publicar, aqui, um comentário publicado no passado dia 15 de Março num bloque da região, editado por ex-aluno desta Universidade, comentário este que ilustra bem o excelente carácter e indubitável qualidade profissional deste nosso docente.
Estimado e acarinhado Dr. Palma Lopes, em nome de todos aqueles que o admiram e estimam pela excelente pessoa que é e sempre foi, transcrevemos aqui estas palavras, que são escassas, pequenas, até mesmo demasiado simples comparadas com o grande e inigualável homem que o Dr. é!

“O Professor Auxiliar, Dr. Francisco Palma Lopes, está na Universidade desde 1990, quando esta abriu as suas portas ao Mundo. Na área do Direito Civil e Privado, ensinou a ler e a escrever Direito a milhares de alunos. No campo do Direito Civil, lavrou e fez florir conhecimentos em todos: Direitos Reais, Teoria Geral do Direito Civil, Direito da Família e das Sucessões, Direito das Obrigações, só para enumerar as mais expressivas, e que por si representam já uma parte significativa do Curso naquele campo. Enquanto docente, foi o primeiro e único no seu tempo que preparou os seus alunos para os exames da Ordem dos Advogados, em Processo Civil, para a matéria dos Recursos e da Acção Executiva. Os outros vieram atrás. Recordo que na altura, nós, alunos da Universidade Moderna de Beja, éramos os únicos que chegávamos à Ordem com esses conhecimentos.
Esteve sempre com os seus alunos depois de estes se licenciarem. Sempre disponível, sempre presente. Abriu as portas do seu escritório a dezenas de alunos para que estes fizessem os seus estágios e apoiou-os quando estes se decidiram lançar sozinhos nos seus voos. Não cobrou louros nos êxitos dos outros. E se alguns caíam, quando outros lhes atiravam pedras ou criticavam a ousadia, ou choravam lágrimas de crocodilo, este Homem era sempre o primeiro a dar um abraço e a levantar quem caíra no chão. Foi sempre um advogado (no sentido lato do termo) de causas nobres, mas nunca o vi julgar um amigo. Atacou sempre que o inimigo estava de pé, olhando-o nos olhos, e quando mais ninguém ousava fazê-lo. Foi padrinho de curso do primeiro curso de Direito. E de mais uma série de outras turmas, em eleições, essas sim, livres e directas, resultantes de escolhas sérias não comprometidas. Formou milhares de juristas que hoje estão a trabalhar e que são a melhor amostra da qualidade da Instituição, com provas dadas onde desenvolvem a sua actividade, sem protecções, acordos e favores: juízes, advogados, docentes, funcionários judiciais e todos os demais que estão ligados à actividade jurídica. Ergueu sempre a sua voz, mesmo quando o fazia em sentido contrário ao do vento e quando os rebuçados estavam todos noutros sacos. Venceu uma batalha judicial de princípios e valores elementares de justiça, quando outros, por temor reverencial ou por opção própria, preferiram ficar calados e silenciados enquanto lhes retiravam direitos com uma mão e lhes davam palmadas nas costas com a outra. Isto tudo numa casa de Direito e protagonizado por docentes de Direito. Mas o Dr. Francisco Palma Lopes não se calou. Na Instituição, levava para os Órgãos próprios, quando existiam, as críticas, as suspeitas, os medos que em segredo outros só eram capazes de sussurrar. Vio-o sempre adiantado no tempo e no espaço: assistiu a festas e recepções sumptuosas a pessoas que se apresentavam como salvadores e que depois desapareciam sem brilho e sem chama, derrubados pelo seu próprio discurso, assente numa conversa gasta e cansada de promessas adiadas. Na altura daquelas festas, já o Dr. Francisco Palma Lopes receava pelo vazio que estas personagens haveriam de deixar.
Era autoridade pelo que dizia e fazia, pelo respeito e admiração e não pelo medo. Nunca o vi preocupado em parecer ou dizer aquilo que não era e que não sentia. Se isso incomoda muita gente, é motivo de admiração para outros, muitos mais. Por tudo isto, este Homem, é já o pouco que resta da marca única desta Instituição. Porque sei que jamais se defenderia de ataques cobardes e anónimos, por uma questão de respeito pela História da Instituição que me formou e por reconhecimento pelo que este Homem fez por todos nós não poderia ficar calado.
Obrigado Dr. Francisco Palma Lopes!
Quanto às questões que apresenta, julgo, pelo que assisto, que elas têm todas a mesma resposta e os mesmos fundamentos.
JET”

1 Comments:

Blogger Luís Cardoso (II) said...

Só espero que não seja o "Padrinho" do último curso de Direito...

19 de março de 2007 às 22:15  

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